Da discussão (mal feita), em vez da luz, nasce a confusão
«(...) Assistimos recentemente entre nós a um exemplo que ilustra bem a que absurdo pode levar esse tipo de comparações, quando foi apresentado o exemplo da “densidade” de funcionários públicos na Finlândia confrontada com a de Portugal. Segundo esse cotejo simplista, a Finlândia teria na administração central, um funcionário para 43 habitantes, enquanto que em Portugal esse racio rondará 1:14 (com base em 700 mil funcionários para 10 milhões de habitantes), demonstrando, assim, o claro excesso do emprego público entre nós, mesmo quando comparado com um país onde o peso do sector público é dos mais elevados do mundo e onde, por exemplo, todos os serviços de educação e saúde são públicos. Se a comparação estivesse correcta não restariam, de facto, dúvidas quanto à necessidade de reduzir drasticamente o emprego público em Portugal. Acontece, porém, que a Finlândia tem uma administração fortemente descentralizada, em que, nomeadamente, a maior parte dos serviços de saúde e educação se integram na administração local. Assim, a comparação correcta tem de fazer-se com o total de funcionários das administrações central e local, o que, de acordo com os números da OCDE, passa o racio da Finlândia para um funcionário para 9,6 habitantes, ou seja, uma densidade 50% superior à portuguesa. (...)» Teodora Cardoso no Diário Económico |
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