Há também que ter em conta o meio sócio-económico donde provêm...
Quando comentamos entre nós o desgraçado estado a que chegou a educação no nosso país e atribuímos uma boa parte da responsabilidade deste estado de coisas aos docentes há que ter também em conta o que Maria Filomena Mónica nos diz: «(...) Há 30 anos, quando os meus filhos entraram para o ciclo preparatório (actuais 5.º e 6.º anos), numa escola pública (a Manuel da Maia), ao lado do Casal Ventoso, quase todos os alunos pertenciam à burguesia. O ambiente que ali se respirava reflectia a cultura que as crianças traziam de casa: mesmo quando não livresco, o ethos era hierárquico. Com a evolução da sociedade portuguesa - e não o devemos lamentar - tudo isto mudou. Muitos dos alunos provêm agora de meios sócio-económicos baixos e são fruto de gerações de analfabetos. É com crianças educadas à base de telenovelas e de "saberes" aprendidos na rua que os professores têm de lidar. Como se isto não bastasse, a escola é forçada a desempenhar funções que, em princípio, lhe não competiria, tais como cuidar de miúdas que engravidam aos 13 anos e de rapazes que consomem drogas. (...)» Maria Filomena Mónica in Público |
1 Comments:
Os alunos que não foram ensinados a ler, nem escrever e contar, perdem já na escola primária qualquer interesse aos estudos e toda a sua curiosidade. Ora, antes de mais precisamos de remediar os disparates pedagógicas que aleijaram a nossa Escola desde há os mesmos 30 anos, mandando a Sra. Maria Filomena e outros educadores semelhantes à reforma, bem merecida - estes são os culpados pelo estado corrente do nosso Ensino, tendo ideologizado o que não pode ser ideologizado. O meio sócio-económico nada tem a ver o o insucesso escolar - já vimos filhos dos professores doutorados que não sabiam ler mesmo no 4º ano, e filhos dos ciganos que aprenderam a ler já no 2º. Para saber mais, leia o nosso blogue.
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