A Lei do Funil

Larga para alguns (poucos), estreita para todos os outros!

Aqui se fala, umas vezes a sério outras a brincar, de coisas que nos irritam, alegram, entristecem ou, muito simplesmente, nos enfadam.

2008-01-17

A esperança média de vida era de 63 anos quando se estabeleceu que a idade da reforma era aos 65...


Aposentado aos 65 anos, o que fazer?

A problemática da segurança social e das reformas, como tantas outras coisas dos tempos actuais, está fundada em ideias erradas que precisam, urgentemente, de ser revistas...

António Neto da Silva, no Diário Económico, dá um excelente contributo para o esclarecimento deste assunto.

«(...) Ao contrário do que se diz, a reforma não é fonte de bem-estar, ela é fonte de infelicidade. As pessoas como que sobem uma montanha profissional para, de um momento para o outro, aos 65 anos, serem atirados para o nada, onde os espera a falta de objectivos, o abandono e a doença.(...)

Quando, no início do século passado, se decidiu que a idade seria de 65 anos, a esperança média de vida (nos países mais avançados) era de 63 anos. Isto é, a larga maioria das pessoas nunca chegava a receber reforma e os que vinham a recebê-la, recebiam-na durante pouco tempo.

Ora, em 2040, a esperança média de vida estará acima dos 80 anos. Isto é, a larga maioria das pessoas vai receber pensões e vai recebê-las mais de 15 anos. Além disso, com os avanços da medicina, serão 15 anos activos.

Os 65 anos transformaram-se na entrada da média idade. Os 80 são, agora, a entrada na 3ª idade.

É difícil esperar que pessoas saudáveis e activas passem 15 anos sentadas a olhar para as estrelas.

(...)

Adicionalmente, a ideia de que os mais velhos têm que deixar os seus postos de trabalho, para dar lugar aos mais novos, é errada. De facto, a explosão demográfica do pós-guerra, parou na geração que hoje já entrou nos 50. Esta geração produziu poucos filhos e, também por isso, o seu contributo para o trabalho tem que continuar. O facto de permanecerem a trabalhar não retira lugar aos mais novos. (...)

Uma outra premissa errada é a de que os mais novos são mais produtivos que os mais velhos. Isto era verdade quando o trabalho era quase todo trabalho físico. Hoje, na Sociedade do Conhecimento, o trabalho não exige músculos e preparação física mas capacidade mental, experiência e fortes teias de relações. (...)»



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