A problemática da segurança social e das reformas, como tantas outras coisas dos tempos actuais, está fundada em ideias erradas que precisam, urgentemente, de ser revistas...
«(...) Ao contrário do que se diz, a reforma não é fonte de bem-estar, ela é fonte de infelicidade. As pessoas como que sobem uma montanha profissional para, de um momento para o outro, aos 65 anos, serem atirados para o nada, onde os espera a falta de objectivos, o abandono e a doença.(...)Quando, no início do século passado, se decidiu que a idade seria de 65 anos, a esperança média de vida (nos países mais avançados) era de 63 anos. Isto é, a larga maioria das pessoas nunca chegava a receber reforma e os que vinham a recebê-la, recebiam-na durante pouco tempo.
Ora, em 2040, a esperança média de vida estará acima dos 80 anos. Isto é, a larga maioria das pessoas vai receber pensões e vai recebê-las mais de 15 anos. Além disso, com os avanços da medicina, serão 15 anos activos.
Os 65 anos transformaram-se na entrada da média idade. Os 80 são, agora, a entrada na 3ª idade.
É difícil esperar que pessoas saudáveis e activas passem 15 anos sentadas a olhar para as estrelas.
(...)
Adicionalmente, a ideia de que os mais velhos têm que deixar os seus postos de trabalho, para dar lugar aos mais novos, é errada. De facto, a explosão demográfica do pós-guerra, parou na geração que hoje já entrou nos 50. Esta geração produziu poucos filhos e, também por isso, o seu contributo para o trabalho tem que continuar. O facto de permanecerem a trabalhar não retira lugar aos mais novos.
(...)
Uma outra premissa errada é a de que os mais novos são mais produtivos que os mais velhos. Isto era verdade quando o trabalho era quase todo trabalho físico. Hoje, na Sociedade do Conhecimento, o trabalho não exige músculos e preparação física mas capacidade mental, experiência e fortes teias de relações. (...)»
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