Então estamos tão bem e pedem-nos mais sacrifícios?
Nós, portugueses, continuamos convencidos de que se pode gastar à vontade... «A economia portuguesa teve um bom crescimento no primeiro trimestre deste ano. A verdade é que não estamos nada bem. (...) Gastamos mais de 10% acima do que produzimos, cobrindo a diferença com empréstimos externos! O primeiro-ministro entusiasmou-se, como de costume, e proclamou Portugal “campeão europeu do crescimento”. Mas logo veio o anúncio oficial de novas e mais duras medidas para cortar o défice orçamental, já em 2010, para 7% do PIB (no PEC inicial prometia-se 8,3%). As pessoas ficam baralhadas. Então estamos tão bem e pedem-nos mais sacrifícios?
A verdade é que não estamos nada bem. Mesmo aquela boa notícia é susceptível de dúvidas e pode não ter continuidade. Só que o Governo tem escondido a verdade. Nunca refere que gastamos mais de 10% acima do que produzimos, cobrindo a diferença com empréstimos externos. Ora os estrangeiros desconfiam de que te-remos capacidade para pagar as dívidas e por isso foram subindo os juros nos empréstimos a Portugal, para compensar a percepção de um maior risco. As medidas tomadas pela UE e pelo BCE e depois o anúncio de um novo PEC em Portugal já fizeram baixar esses juros – durante um dia. Tudo voltará atrás se hesitarmos na aplicação das novas restrições.» Francisco Sarsfield Cabral no Página 1
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