Asneira Colossal
«Esta foi a semana em que o Governo saltou do desvio colossal para a asneira colossal. Deixar nomear um pacote de nomes ligados ao PSD e ao CDS para lugares super bem pagos, quando se ameaça pedir ainda mais austeridade aos portugueses, é um erro político de palmatória. Obrigar os ministros a voarem em económica passou a ser uma banda desenhada. Pedro Passos Coelho tem estado calado e ainda não disse de sua justiça sobre as polémicas que, subitamente, lhe começaram a manchar a folha de serviço. Primeiro, é de mau gosto o austero ministro das Finanças permitir que o país saiba por uma fuga de informação para um jornal que o défice vai voltar a derrapar. Vítor Gaspar foi confuso nas explicações e o cidadão comum terá retido apenas duas coisas: voltámos a falhar nas contas e o mais certo é vir aí mais castigo. Dizem que o Governo não foi tido nem achado. É tão inverosímil que não se acredita. Mas, se fosse verdade, ainda era pior: só um primeiro-ministro muito ingénuo, cansado ou alheado permitiria que a dança das cadeiras na última jóia da coroa vendida pelo Governo se passasse à sua margem. As trapalhadas com a maçonaria, as secretas e os conluios entre maçons, deputados e espiões já parecem o menos. A perda de credibilidade do discurso do primeiro-ministro, essa, sim, é preocupante, se não for travada a fundo. E isso exige que Passos fale. Ser fiável não foi importante na ascensão de Pedro Passos Coelho ao poder, só por fazer o contraponto com Sócrates. Ser fiável é vital para conseguir impôr, com legitimidade reforçada, reformas e mudanças duras, há anos adiadas no país. Esta semana, o Governo cheirou a mais do mesmo. E ser mais do mesmo, em tempo de vacas magras, é uma asneira colossal. » Ângela Silva no Página 1 |
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