A Lei do Funil

Larga para alguns (poucos), estreita para todos os outros!

Aqui se fala, umas vezes a sério outras a brincar, de coisas que nos irritam, alegram, entristecem ou, muito simplesmente, nos enfadam.

2006-11-23

A água e a energia que nos faz falta

Barragem da Bemposta no rio Douro
António Eira Leitão, presidente da HidroErg, empresa de projectos energéticos, disse durante o Fórum da Energia promovido pelo Jornal Água & Ambiente que se investíssemos no aproveitamento de 2/3 do potencial hídrico nacional poderíamos poupar anualmente um mínimo de 374 milhões de euros. Este resultado, interessante em si próprio, não realça a importância estratégica que tal investimento teria para o nosso país. Tudo o que se possa fazer para diminuir a nossa dependência dos combustíveis fósseis vai no sentido de nos abrigar, a nós e aos nossos filhos, das tormentas que se anunciam para as próximas décadas. Os recursos hídroeléctricos são uma fonte de energia renovável das mais eficientes. Acresce que ao melhorarmos a utilização do nosso potencial hídroeléctrico poderemos também melhorar a gestão dos recursos hídricos nacionais. Convém não esquecer que, nas negociações Portugal-Espanha, um dos argumentos dos nossos vizinhos para se escusarem a enviar-nos mais água nos períodos de seca é que esse envio é um desperdício pois, por falta de um sistema coerente de barragens, não dispomos de meios para a reter no território.
DN: «O desenvolvimento de dois terços do potencial hídrico nacional permitiria a Portugal poupar cerca de 374 milhões de euros por ano em compras de combustível fóssil e licenças de CO2. (...) A poupança anual poderá chegar aos 654 milhões de euros se o combustível comprado para produzir a energia for o fuel, o que o representaria uma factura de 540 milhões de euros. Com as centrais a gás natural, o custo de abastecimento cai para metade, disse o responsável. À poupança do combustível fóssil que não seria necessário com mais produção hídrica, junta-se a economia na compra de licenças de CO2, estimada em 104 milhões de euros por ano. (...) A realização de dois terços de potencial hídrico nacional corresponderia à instalação de mais 740 MW de potência na mini-hídrica e mais 2720 MW de potência na grande hídrica.(...)»



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