A melhor forma de lutar contra as superbactérias é... desarmá-las
«Os médicos têm vindo a usar antibióticos para matar
bactérias hostis e acabar com as infeções que elas provocam desde a invenção da
penicilina mas, nas últimas décadas, surgiram estirpes de bactérias resistentes
a todos os antibióticos usados pela medicina. Essas
"superbactérias" representam uma ameaça séria para os pacientes e
para o público em geral porque não se dispõe de nada que possa realmente
combatê-las.
Investigadores da Case Western Reserve University podem ter
encontrado uma solução
para esse problema. Os investigadores desenvolveram um método para curar a
sépsia ─ pelo menos em cobaias ─ que não envolve antibióticos, recorrendo a
pequenas moléculas denominadas F12 e F19 para impedir que as bactérias hostis causem
qualquer dano.
Os antibióticos típicos funcionam rompendo as paredes
celulares das bactérias, o que faz com que essas bactérias colapsem e morram. As
moléculas F12 e F19 que os investigadores descobriram funcionam de forma um
pouco diferente. Em vez de matar as bactérias, essas moléculas ligam-se a uma
das proteínas da bactéria que desempenha um papel importante na produção de
toxinas, tornando-a inútil. Sem essa proteína, as bactérias são inofensivas.
Nos testes de laboratório, os investigadores verificaram que
70% dos ratos infetados não tratados morreram, e que 100% dos ratos tratados
com F12 ou F19 sobreviveram. Além disso, descobriram também que a adição dessas
duas moléculas aos antibióticos regulares os tornam mais eficazes, o que aponta
para o eventual tratamento das infeções graves com uma combinação de F12 ou F19
em conjunto com um antibiótico de baixa intensidade.
Mas a maior vantagem do F12 e do F19 é que estas moléculas não
matam nem prejudicam as bactérias com as quais interagem. As bactérias afetadas
por essas duas moléculas podem continuar a viver, deixam simplesmente de
produzir as toxinas que nos põem doentes. Isso significa que não haverá
incentivo evolutivo para as bactérias hostis desenvolverem resistências a F12 e
a F19, o que aponta para que estas moléculas se manterão eficazes muito mais tempo
do que qualquer antibiótico.
Ainda levará muito tempo para a F12 e a F19 serem usadas em
humanos, mas a pesquisa inicial tem alguns resultados promissores.
Fonte: Universidade
Case Western Reserve »Tradução livre de um texto encontrado em Popular Mechanics