Porque metade de mim é o que eu grito
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Oswaldo Montenegro - METADE - Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste. Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei... Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba. E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção. E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade... também. |




«Imaginemos, por um momento, o que poderia estar a acontecer-nos se não tivéssemos conseguido entrar para o euro. Olhemos para parceiros nossos na União Europeia, como a Hungria - que continua a debater-se com altos défices públicos -, ou para outros países, europeus ou não, como a Ucrânia, a Bielorrússia, a Argentina ou o Paquistão.








O homem então anunciou que agora compraria cada burro por 50€! Entretanto,
como iria à cidade grande, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos
burros. 

Porque decide vender a crédito, ele aumenta um pouquinho (30%) o preço da dose da branquinha (a diferença é o preço que os pinguços pagam pela concessão automática de crédito ao consumo).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado profissional formado com um curso de MBA (ler "emibiei"), entusiasma-se com o aumento do volume de negócios (e dos lucros) do bar do Sr. Biu e decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um activo recebível; começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, usando o fiado dos pinguços como garantia de bom pagamento.
virtudes do mercado, lastreiam os tais recebíveis do banco, e transformam-nos em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.
Esses instrumentos financeiros adicionais, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivados, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece
(as tais cadernetas de fiados do seu Biu).
Bancos como o Lehman Brothers ou grandes Companhias de Seguros como a AIG compram-nos e usam-nos para fazer óptimos negócios de grande rentabilidade.

