Já não é a primeira vez que ouvimos falar de situações como esta. Alguém vê furtado um seu bem (carro, mota, etc.) e depois, embora apreendido pelos agentes da autoridade, nunca consegue a devolução do mesmo... Estranho não é? Pois é. Mas acontece. O primeiro passo para isso acontecer começa pela falta de diligência dos agentes da autoridade em informarem os legítimos donos de que apreenderam o seu bem aos larápios. Porquê essa falta de diligência? Também gostava de saber.
A recuperação da viatura nunca chegou a ser comunicada oficialmente à Junta da Brandoa. Foi um agente da PSP de serviço naquela freguesia que teve conhecimento da situação e a comentou com um funcionário da autarquia, que por sua vez a reportou ao Presidente da Junta
O bem é apreendido e, pelo andar da carroça, nunca mais volta para as mãos do dono. Ou volta depois de ter apodrecido num parque exposto aos elementos. É assim a justiça que temos... DN: «Um veículo ligeiro com basculante pertencente à Junta de Freguesia da Brandoa que, na madrugada de 26 de Agosto último, foi roubado em frente das instalações daquele organismo, no concelho da Amadora, a uma escassa centena de metros da esquadra local da PSP, foi recuperado pela GNR da Lourinhã. Mas a viatura ainda não foi devolvida à entidade proprietária.
Durante uma operação stop naquela localidade, uma brigada de agentes mandou parar o condutor da viatura, que circulava com matrículas falsas, "ainda com a basculante em cima e com o logotipo da junta na carroçaria", confirmou ao DN fonte policial.
Detido pela GNR, o alegado autor do roubo foi presente a tribunal, mas foi libertado pouco depois, sujeito a termo de identidade e residência. Mas o veículo continua apreendido, à guarda da GNR da vila onde foi localizado, desde o dia 11 de Setembro, altura em que foi identificado e recuperado. "É a justiça que temos. O carro está preso e o ladrão, que, segundo nos disseram, fazia parte de uma rede, está na rua", lamentou um dos funcionários da junta.
Pouco esperançado em recuperar a viatura roubada, Armando Paulino, o autarca que preside à junta de freguesia, já tinha entretanto começado a ver preços para substituir aquela carrinha. "Faz-nos falta. Precisamos dela", justifica. Entretanto, suspendeu o processo, enquanto espera que o veículo roubado, que tem apenas o canhão da porta danificado, seja devolvido.
A recuperação da viatura nunca chegou, no entanto, a ser comunicada oficialmente à Junta da Brandoa. Ao que o DN conseguiu apurar, foi um agente da PSP de serviço naquela freguesia que teve conhecimento da situação e a comentou com um funcionário da autarquia, que por sua vez a reportou ao presidente. Armando Paulino contactou depois o comandante da esquadra local, que após várias diligências confirmou a apreensão do veículo e a captura (e posterior libertação) do homem que o roubou. »